O terror feito no Brasil

Dia desses eu acordei e tinha e-mail do WordPress dizendo que meu domínio ia ser renovado automaticamente. Entrei correndo para desabilitar isso. Não vejo mais necessidade de ter um .com, ainda mais agora que não me obrigo mais a escrever aqui.

Em abril eu segui com o Conforto Literário, meu e da Jéssica, e fiquei sentindo que eu deveria escrever sobre o livro no blog. De novo uma obrigação que não existe, mas eu queria comentar um pouco sobre terror brasileiro.

Há alguns anos aí um cara escreveu um texto dizendo que não tinha terror de qualidade sendo escrito no Brasil. Retruquei e minha vida virou um inferno, porque ele e seus amiguinhos começaram a me encher o saco. Bom, recordando isso apenas por recordar, mas o ponto é: tem muito terror de qualidade sendo feito no Brasil.

Eu tinha inicialmente escolhido para o desafio Inventário de Predadores Domésticos, da Verena Cavalcante. A Verena é uma velha conhecida minha. Eu a acompanhado há mais de oito anos, desde o lançamento de seus primeiros livros, Larva e O berro do bode, ambos publicados por editoras independentes. Agora ela publica pela Darkside, ao lado de grandes nomes, como Paula Febbe.

A Paula me presenteou com seu livro Vantagens que encontrei na morte do meu pai e corri para lê-lo. Ainda não conhecia a escrita dela e fiquei fascinada. Como o título entrega, trata de abuso e as consequências para a vítima. Não é uma leitura fácil, acontecem coisas de revirar o estômago. Gosto muito de ver como autores brasileiros usam elementos reais para criar cenas de terror. Adorei conhecer a escrita da Paula e vou seguir acompanhando seu trabalho.

Sou completamente apaixonada pela Ana Paula Maia, li quase todos os seus livros, menos o primeiro que é impossível de encontrar. O terror dela é o da brutalidade dos homens comuns, dos quais a sociedade não se importa. Ela criou um universo pelo qual seus personagens transitam, de um livro para o outro.

A Jéssica tem um post no blog dela com algumas indicações de escritoras brasileiras. Também aconselho acompanharem a Mimi, que está sempre indicando produções de terror nacional. Também gostaria de indicar essa live que eu e a Jéssica fizemos com a Karen Alvares. Já li diversos trabalhos da Karen e recomendo todos.

Quanto aos quadrinhos, eu gosto demais do Jogo de Sombras, da Gabriela Güllich e da Isabor Quintiere. Eu tive a honra de escrever o posfácio da edição digital. Também gosto de tudo da Amanda Miranda que já li.

Sempre falo das minhas latino-americanas maravilhosas que escrevem livros esquisitos, e queria reforçar que as brasileiras não fogem à regra. Quanto aos homens, li um dos mais famosos aí e não gostei nadinha. Parece que ele nunca conversou com uma mulher na vida dele, porque as personagens são tão estereotipadas que é impossível levar a sério.

Pretendo continuar lendo mais terror escrito por brasileiros e volto para compartilhar as descobertas.

Foto de capa: Ana Paula Maia

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