O começo deste ano está bom para as minhas leituras. Consegui reler A Rainha dos Condenados em poucos dias e foi um conforto incrível para os dias quentes. Essa minha edição (publicada pela Rocco, com tradução de Eliana Sabino) foi comprada em setembro de 2002 e 20 anos depois, cá estou relendo e me encantando de novo com Anne Rice. Claro que lembrava muito pouco do enredo, ainda mais que o filme é muito diferente. Mas a Aaliyah como a Rainha é uma das personagens mais perfeitas do cinema, então fica aqui a foto dela em destaque.

Recapitulando: em Entrevista com o vampiro, Louis está de saco cheio e sofrendo, aí resolve contar tudo sobre vampiros para um jovem jornalista. Lestat estava dormindo quietinho, aí quando acorda lê esse livro, fica puto e resolve escrever sua autobiografia. E naquele momento ele decide virar um rock star, grava videoclip e vira o amorzinho das jovens rockeiras dos anos 80. O livro termina com uma grande confusão no show da banda dele.
Rainha começa exatamente nesse ponto. Nos dias que antecedem o show os vampiros começam a pegar fogo e alguns poucos são poupados. Lestat fez e aconteceu e despertou a Rainha e agora precisa lidar com a treta toda. Esse livro tem muita, mas muita história paralela e em certos momentos dá para se perder um pouco. De agora em diante devem rolar alguns spoilers, então vamos lá.
As crônicas vampirescas em algum momento se encontram com As bruxas de Mayfair. Entre vampiros e bruxas, ainda há espaço para espíritos e canibalismo. Aqui também há a menção da Talamasca, antiga sociedade que documenta movimentações estranhas e sem explicações da história. Jesse é uma jovem órfã que foi adotada por parentes e possui uma tia distante, Maharet, que faz de tudo para prover o que a sobrinha precisa. Essa tia parece nunca envelhecer, e Jesse passa poucos momentos com ela. Claro que Jesse se junta à Talamasca em dado momento, até descobrir segredos da própria família.
Neste livro também somos apresentados à história das Gêmeas, que teriam dado início à maldição dos vampiros, que começou com Akasha e Enkil. O jornalista de Entrevista com o vampiro, que descobrimos se chamar Daniel Malloy, reaparece em companhia de ninguém menos do que Armand. Para quem viu a série, deve estar curioso, assim como eu, para saber onde isso vai dar. Aparecem vampiros antigos como Marius e Khayman, que parecem ser os únicos que Akasha pretende poupar na execução de seu plano.
E que plano seria esse? Ela tem a solução para a violência do mundo dos vivos: eliminar 90% dos homens, deixar apenas mulheres e crianças para reconstruírem tudo. Rainha da Misandria. Lestat a ama, quer estar com ela, ele é o preferido dela, mas ele não consegue concordar com esse tipo de coisa. Aí todo mundo precisa se reunir para impedir a Akasha de destruir os homens todos.
São 586 páginas de muitas aventuras, lendas, histórias e etc., uma bagunça sem fim, mas uma bagunça que serve de ótima distração. Queria ter lido toda a série quando era adolescente e tinha tempo para ficar mais obcecada. A vida adulta não me permite uma entrega total ao Mundinho Anne Rice, mas é sempre bom me refugiar nessas páginas. A Jéssica montou um guia de leitura da série e eu estou seguindo. Em breve devo pegar A hora das bruxas para reler e quem sabe, começar a acompanhar a série.