Junho foi corridíssimo, todos os eventos aconteceram ao mesmo tempo e eu não tive tempo para escrever aqui. Pensei em criar uma newsletter (sim, de novo) ou um novo perfil no Instagram, mas eu sempre sou a maior defensora do blog, então nada mais lógico do que reservar um tempo para escrever aqui.
Após algumas leituras de trabalho, freela e clubes, finalmente voltei a ler o livro de cinema brasileiro (esse aqui) e novamente estou obcecada por filmes nacionais. Dando continuidade ao primeiro post da série, vou falar dos filmes que vi esse ano. Vai ser minha forma de compartilhar descobertas e também de documentar essa minha odisseia pessoal.
Eternamente Pagu (1988, dir. Norma Bengell)
Ando fascinada pela Norma Bengell, e depois de ler Pagu no metrô, da Adriana Armony, descobri que Bengell havia dirigido um filme sobre a Pagu. Já adianto que o filme não é muito bom, a qualidade é sofrível, mas valeu para conhecer um pouco mais de Patrícia Galvão e da própria diretora.

A mulher que põe a pomba no ar (1978, dir. Rosângela Maldonado e José Mojica Marins)
Sobre esse aqui, eu e a Jéssica gravamos um episódio do agora extinto The Witching Hour, com a participação mais do que especial da Beatriz Saldanha. Esse filme é uma experiência e tanto! Recomendo ouvirem o programa porque a Bia manja demais.
Estranho encontro (1958, dir. Walter Hugo Khouri)
Desde que assisti Noite vazia, ando encantada pelo trabalho do Khouri. Como muitos, eu conhecia o diretor por causa do “filmes da Xuxa” (falarei dele mais para frente) e estava perdendo o tanto de filmes incríveis que ele dirigiu. No começo do ano fiz umas aulas a respeito do diretor, mas larguei por motivos de cansaço. Uma pena, porque me apaixonei ainda mais pelo trabalho dele e quero continuar vendo tudo.
Fruto proibido (1976, dir. Egídio Eccio)
Tenho duas amigas que são fãs da Nathalia Timberg e sempre me falam dos trabalhos dela. Aproveitei uma noite de sexta para ver esse filme com elas e foi uma gratíssima surpresa. Temos um jovem que desenvolve uma relação estranha, porém próxima, com uma mulher mais velha (vivida pela Timberg). Ele se torna protetor ao extremo quando um serial killer passa a assombrar a cidade. Um suspense muito interessante.

Lavra Dor (1968, dir. Ana Carolina e Paulo Rufino)
Indústria (1969, dir. Ana Carolina)
Anatomia do Espectador (1975, dir. Ana Carolina)
Como comentei na primeira parte dessa série de posts, Ana Carolina é minha diretora do coração. Seu filme Mar de Rosas é uma das melhores coisas que eu já vi, e fico guardando alguns dos seus trabalhos para ver depois. Não quero esgotar. Porém, assisti a esses três curtas dela numa tacada só e a admiração só cresceu.
Mulheres da Boca (1981, dir. Cida Aidar e Maria Inês Nunes de Castilho)
O Another Screen tem feito um trabalho maravilhoso na divulgação de filmes feitos por mulheres. Graças ao projeto eu conheci várias diretoras, e por causa dele assisti Mulheres da Boca, documentário que, como sugere o título, fala das mulheres ali da região no começo dos anos 80. Maravilhoso!
Amor Maldito (1984, dir. Adélia Sampaio)
Eu estou gostando de ler o livro do Desbois, mas acho inadmissível que não haja uma citação sequer a Adélia Sampaio. No anos 80, uma mulher negra dirigiu um filme com temática lésbica e não merece uma linha num livro sobre o cinema brasileiro? Claro que o filme tem seus problemas, algumas coisas meio absurdas, mas é um dos mais importantes de nosso cinema!

Logo (espero que logo mesmo!), volto com a terceira parte!