Conheci Patrícia Galvão, a Pagu, há pouquíssimo tempo. Alguém me falou do livro Parque Industrial que estava fora de catálogo. Desde então, fiquei com o nome dela em mente. Veio essa enxurrada de comentários sobre a Semana de 22 e o nome dela voltou a aparecer por aí. Mas o engraçado é que Pagu não esteve de fato na Semana, ela tinha apenas 12 anos. Pelo menos seus livros voltaram a aparecer nas livrarias recentemente.
Pagu foi artista, escritora, comunista, mãe, tantas coisas. Em Pagu no metrô, a escritora Adriana Armony fala um pouco da estadia de Pagu na França na década de 30. O que ela foi fazer no país? Por onde esteve? A própria Adriana esteve lá anos depois, por suas próprias razões. A história das duas se entrelaça nas páginas dessa obra publicada pela Editora Nós.

Eu gosto demais de livros que contam as histórias de outras pessoas, ao mesmo tempo em que a autora fala de si. Me sinto próxima da autora, da personagem e faço ligações com a minha própria vida. Nunca estive na França, não sou acadêmica, não participo de manisfestações (as crises de ansiedade não deixam), mas me vi em diversas linhas do livro.
Pagu foi à Europa por causa de seu ativismo, usou diversos nomes, escreveu, foi presa, foi hospitalizada. Adriana Armony seguiu seu rastro, descobriu fotos inéditas, documentos. Na leitura acompanhamos essa busca, ao mesmo tempo que conhecemos um pouco mais da autora, que foi para a França para estudar, se apaixonou, foi para a Rússia e fez amizade com uma moça que entregava panfletos e era apaixonada pelo Rio de Janeiro.
O livro é todo fragmentado, como este meu texto. Ela vai e volta no tempo, vai de Pagu para Adriana, passa por Zazie (sim, ela mesma) e Violette Nozière (um caso real, que Claude Chabrol levou ao cinema em 1978), depois pela política, pela Rússia e claro, pelo Brasil. São duas brasileiras na França, em épocas distintas, uma em busca da outra.
Pagu no metrô traz biografia, mas também é diário e também é confissão. Eu conhecia a mitológica Pagu apenas de vista. Agora sei um pouco de sua vida, já tenho dois de seus livros aqui esperando para serem lidos, e um filme sobre sua vida (dirigido pela Normal Bangell) para assistir. Amo pessoas obcecadas por outras pessoas, me sinto mais comum em meus gostos.
Pagu parece ter sido uma mulher incrível, meu Deus tava com saudades de ler teus textos, me identifico muito. E se você se identifica com a Pagu, então eu também preciso conhecê-la.
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Fico muito feliz com a sua leitura.
Espero que vc tb goste da Pagu!
Beijo
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