O nome do Paul Tremblay já estava no meu radar há muito tempo. Li a respeito dos livros dele aqui e ali, ouvi uma conversa dele no podcast Reading Glasses, até que na quinta passada, por impulso, comprei O chalé no fim do mundo. Não preciso nem dizer que a expectativa estava alta.

O livro foi publicado no Brasil pela Bertrand Brasil, com tradução de Ana Carolina Mesquita e traz um blurb do Stephen King na capa. Na contracapa há vários comentários sobre ser um livro assustador, de tirar o sono, aquela coisa toda. O autor já foi premiado no Bram Stoker, um dos prêmios mais importantes do gênero.
Eric e Andrew são um casal que está junto há muitos anos, e decidiram adotar uma garotinha chinesa, Wen. A família vai passar miniférias num chalé isolado, onde não há sinal no celular. Os pais estão no deque tomando sol, enquanto a filha está na frente do chalé observando gafanhotos. Ela é muito curiosa e está entretida estudando os bichinhos quando um homem se aproxima.
Ela repassa em sua cabeça aquela coisa de não falar com estranhos, mas ele parece ser legal. Ele a ajuda com os gafanhotos, tem uma conversa bem amigável. O clima muda quando ele pede que ela entre e chame os pais, pois eles precisam ter uma conversa. Wen corre para dentro de casa, chama os pais e fecha a porta. Batidas começam do lado de fora, o homem, que se chama Leonard, diz que precisam conversar com urgência. Andrew e Eric notam que há mais pessoas na frente do chalé.
O casal não abre, manda todos se afastarem. Correm para o telefone fixo, para chamar a polícia. Ele está mudo. O grupo avisa que cortou a linha. Em instantes invadem a casa, há uma luta corporal, Eric e Andrew acabam amarrados. Eric sofreu uma forte pancada na cabeça e está confuso. Eles tentam um diálogo, mas não há outra forma senão ouvir o que eles querem.
Leonard apresenta os demais membros do grupo, mais um cara e duas mulheres, conta que eles estão ali para salvar o mundo. É necessário que Andrew e Eric façam um sacrifício, senão o planeta vai entrar em colapso. Dizem que tiveram visões e estão ali para evitar uma catástrofe. Eric é católico, ouve atentamente, Andrew não acredita em uma palavra sequer, briga, manda que os soltem.
No passado Andrew sofreu uma agressão em um bar, por motivação homofóbica, e desde então tem uma arma casa, e decidiu levá-la para a viagem. A mesma ficou no carro deles. Agora é questão de Andrew conseguir se soltar e ir até o carro.
O tempo vai passando, eles não caem no papo de fim do mundo, e o grupo mata um dos seus, na frente do casal e de Wen, para provar que eles estão falando sério. Ligam a TV e aparecem notícias sobre terremotos e tsunamis que estavam acontecendo. Eric começa a se questionar, se está realmente acontecendo algo de proporções bíblicas ou se é resultado do machucado em sua cabeça.
Andrew consegue se soltar, chegar até o carro e pegar a arma. Paro de contar o enredo por aqui, porque aí as coisas mudam completamente. Até esse momento eu estava achando a leitura um pouco arrastada, mas a partir desse momento a narrativa ficou mais ágil. Não senti medo, como os blurbs prometeram, mas senti angústia e queria ler rápido para saber como as coisas iriam acabar.
Não sei ainda se gostei do final, talvez sim. No geral eu recomendo muito a leitura para quem gosta de thrillers e ação, mas não esperem uma história de tirar o sono. Se bem que, a única que tirou o meu sono foi Horror em Amityville quando eu era jovem…