Miso Soup, de Ryu Murakami

No meio da pandemia eu e a Gabi começamos uma espécie de clube de leitura online. A gente lia um livro e depois fazia uma live para discutir. No começo estávamos empolgadas, mas depois passou a vontade. Claro, isso é perfeitamente normal. Chega uma hora que cansa ver as pessoas queridas apenas pela tela do celular.

Já havíamos separado o livro de outubro, Miso Soup, do Ryu Murakami, que saiu aqui em 2005 pela Companhia das Letras, com tradução do Jefferson José Teixeira. Eu não sabia nada sobre a obra, foi uma dica da Gabi. Comprei e ele ficou aqui esperando para ser lido no mês do terror.

Nesse meio tempo, eu estava lendo o blog 746 Books que eu adoro e caí numa resenha de Audition, também do Ryu Murakami. Eu conhecia o filme de mesmo nome (do grande Takashi Miike), mas não sabia que ele tinha sido baseado em um livro. Bom, o filme é aquele imenso bolo de insanidade, então fiquei mais do que ansiosa para ler Miso Soup.

Como sempre, não li a sinopse, comecei a ler direto. Kenji é um jovem japonês que trabalha como guia turístico, mas não da forma tradicional. Ele acompanha estrangeiros em andanças por prostíbulos, bares de strip e outros passeios ligados à indústria do sexo.

No final do ano ele aceita trabalhar para um estranho norte americano chamado Frank. Tudo a respeito dele parece ser uma mentira. Ele não está hospedado no hotel que disse estar, sua pele é estranha, ele conta uma história e no dia seguinte a conta de outra forma. Kenji começa a suspeitar que algo está errado, mas segue o trabalho, pensando no dinheiro. Mas também há um magnetismo estranho, que ele não consegue entender.

Esse é um daqueles livros que eu não posso contar muito do desenvolvimento do enredo, porque a graça é se surpreender com o caminho que as coisas tomam. A primeira parte do livro é tomada de uma ansiedade enorme, nós lemos com um aperto no estômago, sabendo que vai dar tudo errado. Basta esperar para saber quando e como.

De umas semanas para cá tenho me interessado muito pela cultura da Ásia. Sou apaixonada por vídeos de receitas coreanas, estou preparando uma maratona de filmes desse continente e recentemente li duas obras de lá. A cada dia fico mais apaixonada, principalmente por essa estranheza que tudo causa, pela falta de conhecimento e pelas diferenças culturais.

Mas voltando ao Miso Soup, eu recomendo demais para quem gosta de livros que te deixam ansioso (é, tem gosto para tudo), com uma dose enorme de gore e muita estranheza envolvida. Com certeza quero ler mais obras do autor.

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