Para março desse ano eu e a Jéssica tivemos a ideia de ver o máximo possível de filmes de terror dirigidos por mulheres. A Jé tinha falado do projeto aqui com mais detalhes. Desde 2016 eu tento cumprir o desafio #52FilmsbyWomen e tenho tido sucesso, então estava mais do que ansiosa para ver muito terror. Porém, a vida nem sempre funciona conforme o nosso planejamento.
Vi apenas nove filmes do gênero dirigidos por mulheres. Março foi o mês que mudei de casa, estava em processo de adaptação, então naturalmente a quantidade de filmes vistos foi menor. Mas o grande problema foi outro: a dificuldade para achá-los. O terror já é considerado um subgênero (num sentido bem pejorativo), o das mulheres é pior ainda. Eu tinha uma lista enorme de filmes para buscar e simplesmente não encontrava, ou achava numa qualidade péssima.
Há muitas listas de indicações, mas eu já vi a maioria. Isso é bom, mas senti que minhas escolhas ficaram muito limitadas. Mas sem mais delongas, vamos ao que eu assisti.
1) Jennifer’s Body (2009) Dirigido por Karyn Kusama
Eu anoto todos os filmes que vejo desde 2010, e esse é justamente o primeiro do meu caderninho. Lembro que na época não gostei muito, mas nessa revisão ele cresceu muito. Eu tinha lido um artigo bem interessante, sobre como ele foi vendido errado, que o filme tem muitas camadas. E é isso. Eu pretendo pensar mais sobre ele e escrever um artigo lá no Cine Varda. Mas eu já adianto: ignorem a capa hipersexualizada e vejam o filme de coração aberto. Ignorem também o título besta brasileiro, Garota Infernal.
2) Ravenous (1999) Dirigido por Antonia Bird
Esse é um filme que estava literalmente há anos na fila. Eu tinha começado a vê-lo num dia, deu sono, desisti. Vi para esse projeto e fiquei completamente apaixonada. Filme de canibalismo, com um senso de humor muito macabro, sinistro, com aventura. Fiquei apaixonada por ele. Aqui saiu como Mortos de Fome.
3) Ánimas (2018) Dirigido por Laura Alvea e Jose F. Ortuño
Sendo muito sincera, devo confessar que vi esse pelo simples motivo de…estava na Netflix. Quem nunca, não é mesmo? E esse filme foi uma grata surpresa. Ele é meio ficção científica, meio terror, com um enredo bem bacaninha. Recomendo.
4) The Open House (2018) Dirigido por Suzanne Coote e Matt Angel
Assim como o filme anterior, vi pela facilidade. Eu estava interessada nele, mas ia adiando pelo tanto de crítica negativa. O filme tem um clima de tensão bem bacana, prende a atenção, mas o final é de uma porquice que nem sei explicar. É ruim, mas eu já vi tanto lixo nessa vida que esse parece até OK.
5) Tenement (1985) Dirigido por Roberta Findlay
Sabe aquele terror tosco dos anos 80 que a gente ama, mesmo sendo extremamente mal feito, mal atuado e problemático? Jogo da Sobrevivência é um deles. Curioso que a Roberta Findlay dirigiu mais de 30 filmes (alguns sob pseudônimos, inclusive masculinos) e nenhum é conhecido do grande público. O filme dela não deve nada aos da época.
6) Boxing Helena (1993) Dirigido por Jennifer Chambers Lynch
Eu tenho uma história engraçada sobre esse filme. Uma vez a minha mãe alugou o VHS e fui com ela devolver. O dono da locadora perguntou se ela tinha gostado, ela disse que não muito. Aí ele vai e solta um spoiler gigantesco, do qual nunca esqueci. Então eu demorei pelo menos 25 anos para vê-lo, porque eu sabia do final! E olha, é bem ruim, mas eu acho sempre válido ver filme ruim dos anos 90, ainda mais um feito pela filha do David Lynch. E ah, tem a musiquinha do Graves & Banda.
7) The Blue Hour (2015) Dirigido por Anucha Boonyawatana
Filme tailandês com temática LGBT, com uma pegada bizarra de terror, num clima surreal. Sei nem definir, mas eu gostei. Tal qual um filme do Apichatpong Weerasethakul, só que mais bizarro.
8) Among Friends (2012) Dirigido por Danielle Harris
Sabe a Jamie do Halloween 4 e 5? Ela foi interpretada pela Danielle Harris, que é ninguém menos do que a diretora de Among Friends. Outro caso clássico de filme ruim, mas que diverte um pouco.
9) #Horror (2015) Dirigido por Tara Subkoff
Filme tenso, sobre os males das redes sociais, de como as pessoas ficam obcecadas com likes e etc. Ruim, mas também diverte. E ah, tem a Natasha Lyonne e a Chloë Sevigny, minha duplinha amada que atua em Antibirth.
Foram poucos, eu sei, mas gostei do resultado final. Vou continuar assistindo terror dirigido por mulher. Inclusive, nesse ano eu só tenho tido vontade de ver terror. As novidades de outros gêneros não param de chegar, mas não despertam meu interesse.
Em breve volto falando mais das maratonas, novidades e o que ando assistindo.
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